Enfermagem Facimed

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Materia das Aulas de METODOLOGIA CIENTÍFICA Parte 2




MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO


METODOLOGIA CIENTÍFICA
Parte 2 -  ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS




Profª Esp. Angela Antunes de Morais Lima



CACOAL – RO
2012

ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS

Para a realização do projeto de pesquisa e, principalmente, para a elaboração da revisão de literatura, os processos de leitura e fichamento de textos são fundamentais. Ter condições de elaborar resumos e resenhas é importante na medida em que facilita o processo de síntese e análise dos documentos lidos (CRUZ & RIBEIRO, 2004).

      1. LEITURA

 O objetivo aqui não é ensinar a “ler” e sim “como ler”. Desta forma diferentes recursos comportamentais podem ser levados em consideração para aumentar a eficiência do processo. Tudo começa com a compreensão de quem somos e como somos, i.e., devemos conhecer nossos limites e necessidades, e.g., horário de maior propensão às atividades física e mental, nível de concentração, alimentos, cheiros e sons interferentes, dentre outros.
Como ler e escrever bem? Em se falando de neurociência da educação e construção do cognitivo, a espécie humana (Homo sapiens), em sendo sapiens tal como muitos outros animais, passa por um processo de aprendizagem a cerca da produção de textos originais.
Em primeiro lugar, aprendemos a falar repetindo o que ouvimos. Mais tarde, começamos a verbalizar nossas próprias idéias! Similarmente, aprendemos a escrever fazendo cópias do que lemos e, depois, aprendemos a resumir/explicar textos de outros usando nossas próprias palavras. Por fim, aprendemos a produzir textos com nossas próprias idéias! Poesia, prosa, textos jornalísticos, textos científicos, dentre outros.
Uma regra geral devemos ter em mente: Para escrever bem, precisamos, pelo menos, de CONHECIMENTO SOBRE O TEMA, adquirido através de Leituras, aulas, palestras, debates,… e de TÉCNICAS DE REDAÇÃO.

Leitura e compreensão do texto: A leitura pode ser textual, temática ou interpretativa (CRUZ & RIBEIRO, 2004), deve ter um objetivo claro (e.g., assimilação de conhecimento; busca de novo conhecimento; preparação intelectual para assumir posicionamentos críticos diante da realidade ou gerar conhecimento novo). Desta forma um primeiro passo é delimitar o tema da leitura, i.e., vamos ler sobre que assunto? Em seguida devemos saber o que desejamos capturar na leitura, i.e., procurar alguma informação específica ou tudo que foi escrito sobre algum tema geral?

Tipos de leitura: Existem diversas classificações (autores diferentes). Apresenta-se agora uma adaptação de CRUZ & RIBEIRO (2004) com obs. pess.
n  Não leitura ou Leitura desatenta
         Passa os olhos sobre as palavras sem atentar para nenhuma
n  Skimming ou Leitura da idéia
         Procura captar a tendência geral do texto
        Leitura superficial de títulos e subtítulos, e de alguns parágrafos
n  Leitura de significancia
         Procura obter uma visão geral do texto.
        Leitura rápida, sem se deter ou retornar a parágrafos já lidos
n  Leitura de estudo
         Ler, reler, anotar e resumir o texto.
        Visa assimilação do que está sendo estudado
n  Leitura crítica
         Reflexão, avaliação e comparação com o que se leu antes.
        Análise crítica do que foi estudado
        Formação das nossas próprias idéias!
n  Scanning ou Leitura de busca
         Quando se procura (objetivamente) um certo tópico no texto.

LEITURA DE ARTIGOS CIENTÍFICOS


É necessário estimular a prática da leitura crítica de artigos científicos, de forma a aprimorar a formação acadêmica. /com este objetivo apresenta-se um pequeno resumo de procedimentos para estabelecer a leitura crítica de artigos científicos originais (artigos de revisão, apresentam outras características para a análise). Esperando-se que sirvam de ajuda para o aperfeiçoamento científico e, também, de estímulo para o estudo da epidemiologia e da metodologia científica.

  1. Inicie lendo o título do artigo
  2. Leia o nome do autor do artigo, da revista e a data.
  3. Leia o Resumo
  4. Leia a introdução  - Tente identificar o objetivo e a justificativa do estudo? O pesquisador deve convencê-lo de que sua abordagem sobre a questão é suficientemente inovadora para que você gaste seu tempo lendo o artigo, além de que será necessário conhecer o quadro teórico para avaliar o nexo biológico e clínico dos achados, e a relevância clínica.

  1. Leia o material e métodos - Qual a população de referência? ( doente, sadios, cidade, município, distribuição etária e sexo), Qual a população do estudo (qual o numero de participantes)? A localidade e o período do estudo

  1. Leia a seção de resultados - Quais são os achados principais? As variáveis de confusão foram adequadamente controladas?)  Se não houve significância estatística, qual o poder estatístico do estudo? ( considerar o tamanho amostra e a freqüência do evento ).

  1. Leia as conclusões – As conclusões estão justificadas, frente aos resultados apresentados? Elas são relevantes e relação aos objetivos do estudo?  Suas conclusões concordam com as dos autores?
  2. Os resultados encontrados são discutidos e comparados aos de outros pesquisadores?


               2.  RESUMO

 Além do fichamento de resumo, que é uma forma de organizar com um resumo feito por você de um trabalho lido de outrem, praticamente todos os artigos científicos publicados contêm uma versão sintética de seu conteúdo, elaborada pelo próprio autor e apresentada na língua original do texto e em outra língua que normalmente é o inglês.
Qual a sua importância? Definição? Como deve ser? A Norma NBR 6028 (COLÉGIO RAINHA DA PAZ, 2004), da Associação Brasileira de Normas Técnicas, define resumo como "apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto". Uma apresentação sucinta, compacta, dos pontos mais importantes de um texto. Esta definição pode, no entanto, ser melhorada: resumo é uma apresentação sintética e seletiva das idéias de um texto, ressaltando a progressão e a articulação delas. Nele devem aparecer as principais idéias do autor do texto.
 O resumo abrevia o tempo dos pesquisadores; difunde informações de tal modo que pode influenciar e estimular a consulta do texto completo. Deve conter:
·         deve destacar o assunto do trabalho;
·         o objetivo do texto;
·         a articulação das idéias;
·         as conclusões do autor da obra resumida;
·         ser redigido em linguagem objetiva;
·         não apresentar juízo crítico;
·         ser inteligível por si mesmo (isto é, dispensar a consulta ao original);
·         evitar a repetição de frases inteiras do original;
·         respeitar a ordem em que as idéias ou fatos são apresentados.

Para o pesquisador o resumo é um instrumento de trabalho. Um resumo pode ter variadas formas: apresentar apenas um sumário das idéias do autor, narrar as idéias mais significativas, condensar o conteúdo de tal modo que dispense a leitura do texto original.

Os procedimentos para realizar um resumo incluem:
·         Em primeiro lugar, descobrir o plano da obra a ser resumida.
·         Em segundo lugar, a pessoa que está realizando-o deve responder, no resumo, a duas perguntas: o que o autor pretende demonstrar? De que trata o texto?
·         Em terceiro lugar, deve-se ater às idéias principais do texto e a sua articulação. Muito importante nesta fase é distinguir as diferentes partes do texto.
·         A fase seguinte é a de identificação de palavras-chaves.
·         Finalmente, passa-se à redação do resumo.

Estilo e extensão: O resumo deve salientar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do trabalho. Não é desejável que se esqueça de apresentar os objetivos e os assuntos do texto original, bem como os métodos e técnicas de abordagem, mas sempre de forma concisa. Também será objeto do resumo a descrição das conclusões, ou seja, as conseqüências dos resultados.
A norma da ABNT recomenda que o resumo tenha até 100 palavras se for de notas e comunicações breves. Se se tratar de resumo de monografias e artigos, sua extensão será de até 250 palavras. Resumo de relatórios e teses podem ter até 500 palavras. Quanto ao estilo, deve ser composto com frases concisas, evitando-se enumerar tópicos. A primeira frase explica o assunto do texto. Em seguida, indica-se a categoria do tratamento. Do que se trata? De estudo de caso, de análise da situação? Preferencialmente, serão escritos os resumos em terceira pessoa do singular e com verbos na voz ativa. Resumo é, pois, uma apresentação concisa de elementos relevantes de um texto; um procedimento de reduzir um texto sem destruir-lhe o conteúdo. Constitui-se em forma prática de estudo que participa ativamente da aprendizagem, uma vez que favorece a retenção de informações básicas.

Técnicas de elaboração de resumo: O resumo deve destacar os elementos bibliográficos do texto; sua ficha técnica (sobrenome do autor, nome; título da obra; local de publicação do texto; editora; ano; páginas), o tipo de texto, o gênero a que se filia (literário, didático, acadêmico) o resumo do conteúdo (assunto do texto, objetivo, métodos, critérios utilizados, conclusões do autor da obra resumida). Dica: a elaboração de resumos exige mais habilidade de leitura que de escrita. O resumo permite melhor compreensão das idéias expostas, uma vez que, para realizá-lo, é necessário apreender a estrutura do parágrafo.

Não cabem no resumo comentários ou julgamentos apreciativos. E ainda acrescentam que a dificuldade de resumir um texto pode advir da complexidade do texto (vocabulário, estrutura sintática, relações lógicas), bem como da competência do leitor. Para reduzir as dificuldades de elaboração de resumos, recomenda-se ler o texto do começo ao fim, sem interrupções. Nesta fase inicial, responde-se à questão: de que trata o texto? Na segunda leitura, decodificam-se frases complexas, recorre-se ao dicionário para solução do vocabulário. Em terceiro lugar, segmenta-se o texto, dividindo-o em blocos temáticos, de idéias (ou de espaço, ou de tempo, ou de personagens) que tenham unidade de significação. Finalmente, redige-se o resumo com as próprias palavras.



Ficha de resumo:

Físico (tamanho e formato):
Grande (12,5 x 20,5 cm)
Médio (10,5 x 15,5 cm)
Pequeno (7,5 x 12,5 cm)

Composição
Cabeçalho
Referências bibliográficas
Corpo ou texto
Local

Esta ficha deve ser organizada/arquivada tal como a ficha bibliográfica por autor, entretanto deve conter o resumo feito por você do trabalho lido.
Desta forma deve-se esquematizar um processo de leitura, de estruturação, de retirada de informações e anotações das mesmas para abordar todos os itens do trabalho lido. Assim, o resumo a ser construído nesta ficha de ser uma condensação do texto e deve apresentar todo o pensamento exposto no texto, não apenas um fragmento, deve apresentar as idéias principais, respeitando suas inter-relações e deve ser feito a partir das duas etapas anteriores (a saber anotações corridas e esquema de idéias). Não de ser uma colcha de retalhos, pois deve apresentar coesão e coerência (a legibilidade do texto deste resumo depende, em grande parte, da sua coesão gramatical e da coerência das idéias apresentadas).

Ficha de Resumo: é uma síntese das principais idéias contidas na obra. O pesquisador elabora esta síntese com suas próprias palavras, não sendo necessário seguir a estrutura da obra.   Exemplo:
Cabeçalho
(título do texto)
Educação da Mulher: a Perpetuação da Injustiça
Histórico do Papel da Mulher na Sociedade
Referencias Bibliográfica
TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1993. 181 p.
(Tudo é História, 145)

Resumo

      O trabalho da autora baseia-se em análise de textos e na sua própria vivência nos movimentos feministas, como um relato de uma prática.      A autora divide seu texto em fases históricas compreendidas entre Brasil Colônia (1500-1822), Império (1822-1889), República (1889-1930), Segunda República (1930-1964), Terceira República e o Golpe (1964-1985), o ano de 1968, Ano Internacional da Mulher (1975), além de analisar a influência externa nos movimentos feministas no Brasil. Em cada um desses períodos é lembrado os nomes das mulheres que mais se sobressaíram e suas atuações nas lutas pela libertação da mulher.   A autora trabalha ainda assuntos como as mulheres da periferia de São Paulo, a participação das mulheres na luta armada, a luta por creches, violência, participação das mulheres na vida sindical e greves, o trabalho rural, saúde, sexualidade e encontros feministas.  Depois de suas conclusões onde, entre outros assuntos tratados, faz uma crítica ao pós-feminismo defendido por Camile Paglia, indica alguns livros para leitura.
Local
Biblioteca da FACIMED
Observação: Existem dois tipos de resumos:
a)      Informativo: são as informações específicas contidas no documento. Nesta ficha pode-se relatar sobre objetivos, métodos, resultados e conclusões. Sua precisão pode substituir a leitura do documento original.
b)     Indicativo: são descrições gerais do documento, sem entrar em detalhes da obra analisada (o exemplo acima refere-se a um resumo indicativo).


3. RESENHA

Resenhar significa resumir, sintetizar, destacar os pontos principais de uma obra científica.
 De forma geral, resenha é um resumo modificado pela inclusão de texto próprio sobre o texto a ser resenhado. É um trabalho de síntese que revistas e jornais científicas publicam geralmente logo após a edição de uma obra, com o objetivo de divulgá-la. Não se trata de um simples resumo. O resumo deve se limitar ao conteúdo do trabalho, sem qualquer julgamento de valor. Já a resenha vai além, resume a obra e faz uma avaliação sobre ela, apresentando suas linhas básicas, deve avaliá-la, mostrando seus pontos fortes e fracos.
A resenha pode ser de um ou mais capítulos, duma coleção ou mesmo de um filme. Apresenta falhas, lacunas e virtudes, explora o contexto histórico em que a obra fora elaborada e faz comparações com outros autores. Conhecida como resumo crítico, a resenha só pode ser elaborada por alguém com conhecimentos na área, pois sua elaboração exige opinião formada, pois além de resumir, o resenhista avalia a obra, sustentando suas considerações, deve embasá-las seja com evidências extraídas da própria obra ou de outras de que se valeu para elaborar a resenha.

Tipos de Resenha

Até agora eu falei sobre as resenhas de uma forma geral e livre e esses dados são suficientes para você já esboçar alguns parágrafos.
Contudo, as resenhas apresentam algumas divisões que vale destacar. A mais conhecida delas é a resenha acadêmica, que apresenta moldes bastante rígidos, responsáveis pela padronização dos textos científicos. Ela, por sua vez, também se subdivide em resenha crítica, resenha descritiva e resenha temática.
Na resenha acadêmica crítica, os oito passos a seguir formam um guia ideal para uma produção completa:
1.      Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou artigo que você vai resenhar;
2.      Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do texto a ser resenhado;
3.      Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto completo;
4.      Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize de 3 a 5 parágrafos para resumir claramente o texto resenhado;
5.      Analise de forma crítica: Nessa parte, e apenas nessa parte, você vai dar sua opinião. Argumente baseando-se em teorias de outros autores, fazendo comparações ou até mesmo utilizando-se de explicações que foram dadas em aula. É difícil encontrarmos resenhas que utilizam mais de 3 parágrafos para isso, porém não há um limite estabelecido. Dê asas ao seu senso crítico.
6.      Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é hora de analisar para quem o texto realmente é útil (se for útil para alguém). Utilize elementos sociais ou pedagógicos, baseie-se na idade, na escolaridade, na renda etc.
7.      Identifique o autor: Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que foi resenhada e não do autor da resenha (no caso, você). Fale brevemente da vida e de algumas outras obras do escritor ou pesquisador.
8.      Assine e identifique-se: Agora sim. No último parágrafo você escreve seu nome e fala algo como “Acadêmico do Curso de Enfermagem da FACIMED”
Na resenha acadêmica descritiva, os passos são exatamente os mesmos, excluindo-se o passo de número 5. Como o próprio nome já diz, a resenha descritiva apenas descreve, não expõe a opinião o resenhista.
Finalmente, na resenha temática, você fala de vários textos que tenham um assunto (tema) em comum. Os passos são um pouco mais simples:
  1. Apresente o tema: Diga ao leitor qual é o assunto principal dos textos que serão tratados e o motivo por você ter escolhido esse assunto;
  2. Resuma os textos: Utilize um parágrafo para cada texto, diga logo no início quem é o autor e explique o que ele diz sobre aquele assunto;
  3. Conclua: Você acabou de explicar cada um dos textos, agora é sua vez de opinar e tentar chegar a uma conclusão sobre o tema tratado;
  4. Mostre as fontes: Coloque as referências Bibliográficas de cada um dos textos que você usou;
  5. Assine e identifique-se: Coloque seu nome e uma breve descrição do tipo “Acadêmico do Curso de Letras da Universidade de Caxias do Sul (UCS)”.

De uma boa resenha devem constar:

·         a referência bibliográfica da obra, preferencialmente seguindo a ABNT;
·         alguns dados biográficos relevantes do autor (titulação, vínculo acadêmico e outras obras, por exemplo);
·         o resumo da obra, ou síntese do conteúdo, destacando a área do conhecimento, o tema, as idéias principais e, opcionalmente, as partes ou capítulos em que se divide o trabalho;
·         as categorias ou termos teóricos principais de que o autor se utiliza, precisando seu sentido, o que ajuda evidenciar seu approach teórico, situando-o no debate acadêmico e permitindo sua comparação com outros autores.
·         Aqui não só se deve expor claramente como o autor conceitua ou define determinado termo teórico, mas já se deve introduzir críticas, seja à utilização ou à própria conceituação feita pelo autor;
·         A avaliação crítica é o ponto alto da resenha, onde o recensor mostra seu conhecimento, dialoga com o autor e/ou com leitor, dá-se ao direito de proceder a um julgamento.

Há vários tipos de críticas, mas destacam-se:
(a) a interna, quando se avalia o conteúdo da obra em si, a coerência diante de seus objetivos, se não apresenta falhas lógicas ou de conteúdo;
(b) a externa, quando se contextualiza o autor e a obra, inserindo-os em um quadro referencial mais amplo, seja histórico ou intelectual, mostrando sua contribuição diante de outros autores e sua originalidade.

Deve-se certamente apresentar e comentar pontos específicos, fortes ou fracos do trabalho, mas estes devem ser relevantes. Nada mais deplorável do que uma crítica vazia de conteúdo, sem base teórica ou empírica, que lembre preconceito. Ou elogios gratuitos, que podem parecer corporativismo ou "puxa-saquismo". (Anônimo, 2005)
Embora o texto a ser resenhado tenha um/a autor/a, o/o recenseador/a deve ser o/a autor/a do seu trabalho; quer dizer, é preciso manter a identidade de quem escreveu o trabalho que você está analisando, mas é preciso transparecer a sua presença, como voz crítica sobre o texto.

Procedimentos da resenha

1o Passo - Leitura total da obra a ser resenhada;
2o Passo - leitura pormenorizada, fazendo os destaques da partes mais significativas, que servirão de fio condutor para elaboração do texto da resenha;
3o Passo - elaboração de um esquema com as principais etapas a serem desenvolvidas pela resenha;
4o Passo - construção do texto propriamente dito;
5o Passo - revisão do texto, correção e aprimoramento.

Necessidades

a)      Toda resenha deve ser o mais bem identificada possível, daí as seguintes necessidades:
b)     cabeçalho contendo o nome da instituição de ensino, título da resenha com identificação do texto resenhado, autor/a da resenha, objetivo do trabalho, local e data.
c)      Texto dissertativo contendo: introdução, corpo principal do texto e conclusão com apreciação crítica.
d)     Bibliografia.

Dicas Importantes

·      A recensão deve cumprir um objetivo claro: comunicar ao leitor os aspectos essenciais da obra em questão e situá-lo no assunto da melhor maneira possível.
·      A forma da resenha, isto é, o texto deve ser claro, inteligível e dinâmico. O/A leitor/a deve ter prazer nesta leitura e deve sentir-se convidado/a à leitura do texto resenhado. Para isso, é imprescindível o uso das normas padrão da língua portuguesa.
·      Caso haja necessidade de citação do próprio texto resenhado, isso deve ser feito entre aspas e/ou em destaque. Sempre deve haver referência bibliográfica.
·      Por vezes, é interessante fazer uma pesquisa mais abrangentes sobre o/a autor/a do texto resenhado, sobre o assunto em questão e sobre a situação atual da pesquisa científica sobre o tema. Esses esclarecimentos, quando convenientes, devem abrir a resenha e preparar o comentário sobre o texto em pauta.

Conclusão

Fazer uma resenha parece muito fácil à primeira vista, mas devemos tomar muito cuidado, pois dependendo do lugar, resenhistas podem fazer um livro mofar nas prateleiras ou transformar um filme em um verdadeiro fracasso.
As resenhas são ainda, além de um ótimo guia para os apreciadores da arte em geral, uma ferramenta essencial para acadêmicos que precisam selecionar quantidades enormes de conteúdo em um tempo relativamente pequeno.


REFERÊNCIAS

  1. Anônimo. Fazendo resenhas. Disponível em: <www.vestibular1.com.br> acesso em: 17 de março de 2005.

  1. Colégio Rainha da Paz. Projetos: Língua Portuguesa e Literatura – Resumo: A Norma NBR 6028. 10 de agosto de 2004. Disponível em: <http://www.rainhadapaz.g12.br/projetos/ portugues/producaotextos/resumo_nbr6028.htm> acesso em: 17 de fevereiro de 2008.

  1. CRUZ, Carla & RIBEIRO, Uirá.  2004. Metodologia Científica: Teoria e Prática. 2ª ed. Axcel Books do Brasil Editora, Rio de Janeiro, RJ, p.324.

  1. COSENZA, Gilse. Universitárias. Revista Presença Mulher, São Paulo, v. 6, n. 24, p. 6-7, jan./fev./mar., 1993.

  1. GALLIANO, A. Guilherme. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986. p. 200

  1. GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. p107.

  1. LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991. p.231.

Nenhum comentário:

Postar um comentário